Julinho, como era conhecido , foi o associado nº 4 e primeiro secretário geral do Núcleo Central do PT, no Centro de São Bernardo do Campo, foi um dos responsáveis pela criação da logomarca do Partido dos Trabalhadores.
BIOGRAFIA de Julinho, o Demerval Júlio de Grammont
Demerval Júlio de Grammont nasceu em Botucatu, em 12 de abril de 1952, e mudou-se com a família para a Vila Anastácio bairro da zona oeste da capital de São Paulo ( precisamente na rua Camacan) , na idade pré-escolar.
Filho da compositora Elena Rodrigues de Grammont e do topógrafo Walfrido de Grammont, Júlio foi o sexto de 11 filhos.
Aos 19 anos, quando fazia o serviço militar (1971), foi preso, como subversivo, pelas forças da repressão. Passou 11 meses nas instalações da Operação Bandeirantes, e no presídio Tiradentes.
Ao sair da prisão, cursou Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.
Uma das maiores referências da imprensa sindical brasileira: Julinho foi repórter da TV Bandeirantes, e da editoria de Economia da Folha de São Paulo, de onde foi demitido, em 1979, depois da greve geral dos jornalistas. Foi um dos fundadores do ABCD Jornal, veículo alternativo, que durante a greve dos metalúrgicos do ABC (1979), chegou a ter tiragem de 130 mil exemplares, em substituição à Tribuna Metalúrgica, impedida de circular por causa de intervenção no sindicato. Foi editor da Folha Bancária e do jornal do Fundo de Greve dos metalúrgicos.
Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) - foi o associado nº 4 e primeiro secretáriogeral do Núcleo Central do PT, no Centro de São Bernardo do Campo - Julinho foi um dos responsáveis pela criação da logomarca do Partido dos Trabalhadores, durante um encontro em um bar de São Bernardo.
Julinho foi assessor de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, da Prefeitura de Diadema e, de Lula, na campanha presidencial de 1998.
Morreu no dia 26 de novembro de 1998, aos 46 anos, vítima de um acidente de carro, na Via Anchieta, quando ia para a sua casa, no Riacho Grande. Deixou três filhos: Lua Reis de Grammont, de 26 anos, Ana Terra Reis de Grammont, de 25 anos (com a jornalista Leila Reis), e Júlio Sol Rubin Celis de Grammont, de 21 anos (com a dentista Yarmila Rubin de Celis).
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diretoria do sindicato dos bancarioa cassada em 1983 |
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Leia com mais detalhes como foi idealizada a Bandeira e a estrela do PT
Porém, como todo partido, a nova sigla exigiu um símbolo que a identificasse.
Júlio de Grammont (Secretário-geral do PT à época) conta, em artigo publicado no boletim Linha Direta nº 258 (março de 1996), que a estrela nasceu numa mesa de bar, em São Bernardo do Campo. O motivo da reunião era criar uma bandeira para o Partido que seria utilizada na caminhada contra a LSN (Lei de Segurança Nacional), na Vila Euclides. Estavam reunidos ele, Mário Serapicos e Augusto Portugal que discutiam a idéia sobre uma bandeira vermelha, branca e preta em homenagem ao time do São Paulo: “dos três, eu e Augusto éramos torcedores do São Paulo. Mário perdeu, mas em compensação queria que ao centro da bandeira aparecessem a foice e o martelo”. Júlio de Grammont propôs então uma estrela branca, no centro da bandeira. “Coisa de veado, alguém disse. Quando expliquei que tinha lido num daqueles livros sebosos que circulavam no presídio Tiradentes, em 1971, que a estrela era o símbolo da juventude comunista da Albânia (vejam só!) todos toparam”, recorda.
O desenho da estrela, originalmente de contornos retos, coube a Hélio Vargas (já falecido), ilustrador do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Júlio de Grammont conta que, ao ser perguntado pelo ilustrador do porquê das cinco pontas da estrela e não quatro, respondeu:
“Se tivesse três pontas, lembraria a Mercedes Benz. Se tivesse quatro, lembraria os brinquedos Estrela. Se tivesse seis, lembraria os judeus. Mas com cinco, lembra Lampião, Che Guevara, Juventude”.
Posteriormente, a cor preta foi retirada da bandeira por sugestão de Frei Betto, pois “lembrava a bandeira sandinista”.
Restaram as cores vermelha e branca como referências à luta e à paz, na acepção do frei.
Outras versões surgiram sobre os motivos que levaram à escolha da estrela vermelha como símbolo do PT. Júlio de Grammont, neste mesmo artigo em que conta a história da estrela, cita algumas delas:
“Uma delas virou manchete de jornais, quando Lula, tentando explicar o vermelho, teria feito uma analogia com o sangue de Cristo. (...) Ou então, que a estrela nasceu, quando, um operário olhou para o céu do ABC e viu uma estrela com um brilho diferente, como que indicando um caminho. Pode ser também. O Zé acha que viu o Perseu fazendo seus primeiros contornos. Quem sabe? ”(Boletim Linha Direta, 1996)
O leque de interpretações também é amplo com relação aos múltiplos significados da estrela inserida no contexto de legenda propriamente dita, o que é próprio dos símbolos pluridimensionais. Não esquecendo evidentemente que as interpretações podem variar de acordo com a cultura, com o saber político de cada indivíduo e a atmosfera política de determinado tempo. Uma livre interpretação de trechos referentes ao Manifesto de fundação do Partido, por exemplo, pode sugerir algumas associações entre a estrela e os militantes petistas.
Dentre elas pode-se dizer que a estrela vermelha representaria o militante aguerrido, vigoroso em sua disposição para a transformação da sociedade.
Quando unidos pelo ideário partidário, cada militante constituiria então o exército de estrelas, em alusão à simbologia da constelação na qual as estrelas integrariam o exército que luta contra as trevas.
Alguns trechos do Manifesto subsidiam a reflexão acerca da simbologia da estrela petista.
Fontes:
http://www.saobernardo.sp.gov.br/dados1/nm/nm%201534.pdf
VEJA E A ESTRELA PETISTA: APROPRIAÇÕES E SENTIDOS
[ http://www.compolitica.org/home/wp-content/uploads/2011/01/tania_almeida.pdf]
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Mais sobre Julinho de Grammont
São Paulo, março de 1979. Uma nova diretoria assume o Sindicato dos Bancários, movimento que o devolve à categoria e ajudaria a mudar o país
[ http://www1.spbancarios.com.br/rdbmateria.asp?c=340]